Setembro Amarelo: Precisamos falar sobre Burnout

  • A Síndrome de Burnout é um fenômeno emocional causado pelo estresse crônico no ambiente de trabalho.
  • Pacientes que sofrem desse distúrbio sentem uma exaustão profunda que pode impactar no interesse pelo ofício, na produtividade e até na autoestima.
  • Os sintomas são parecidos com os da ansiedade e da depressão, podendo evoluir para um quadro psiquiátrico mais grave, se não forem tratados.
  • O tratamento envolve o alívio das responsabilidades estressantes, a prática de atividades relaxantes e o aumento no tempo de descanso.

A Síndrome de Burnout é um distúrbio emocional causado pelo estresse crônico no ambiente de trabalho e é desencadeada em situações de exaustão extrema ou de esgotamento do profissional. Pessoas que fazem longos expedientes, descansam pouco, lidam com equipes ou metas difíceis de alcançar estão mais suscetíveis a sofrer dessa síndrome.

Além da exaustão, a pessoa que sofre da Síndrome de Burnout pode ter sentimentos negativos em relação ao trabalho, sensação de distanciamento de suas atividades e queda de produtividade. No geral, os sintomas se assemelham aos de uma depressão, porém seu impacto para a saúde mental é menos grave do que o da doença.

O tratamento geralmente requer a ajuda de um profissional especializado em saúde mental, além de mudanças na rotina pessoal e nas condições de emprego. É importante que o trabalhador alivie a tensão durante a jornada e que ele também aproveite seu tempo livre da melhor forma para conseguir descansar e focar em outras atividades.

O que é a Síndrome de Burnout?

O nome do distúrbio é a junção de duas palavras em inglês: “Burn”, que significa queimar, e “out”, que reforça o sentido de esgotamento que a expressão transmite. Atualmente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) caracteriza a síndrome como um fenômeno ocupacional, o que significa que esse tipo de estresse não se aplica em outras áreas da vida fora dos ambientes profissionais.

Uma rotina marcada pela tensão pode fazer com que o profissional fique esgotado, levando-o a ter uma percepção negativa e até mesmo antipática sobre seu trabalho. Muitas vezes, o mal-estar chega ao ponto de interferir na produtividade do trabalhador, e isso é um sinal de que ele pode sofrer uma crise de Burnout.

Segundo a OMS, essa síndrome não é uma condição médica, ou seja, apesar de afetar a saúde das pessoas e levá-las a procurar serviços médicos em busca de tratamento, não é considerada uma doença. No entanto, os sintomas não devem ser minimizados, já que podem evoluir para quadros mais graves se o paciente continuar sem o devido acompanhamento.

Esse distúrbio foi incluído na 11ª Revisão da Classificação Internacional de Doenças (CID-11), que passará a vigorar a partir de janeiro de 2022.

Os fatores de risco que desencadeiam o Burnout

Especialistas da área da saúde levantam diversas razões que podem desencadear situações estressantes no trabalho:

Falta de controle:

Muitos profissionais têm problemas para conseguir um bom desempenho, seja pela desorganização na agenda, dificuldade em realizar o trabalho dentro do período da jornada ou pela falta de recursos para investir, entre outras razões que geram transtornos no ambiente de trabalho.

Problemas de hierarquia:

Em uma equipe, uma situação em que não há clareza sobre o nível de autoridade que as pessoas têm umas sobre as outras tende a gerar atritos e causar desconforto entre seus membros.

Equipes desestimuladoras:

Uma causa de estresse recorrente são os ambientes de trabalho onde há funcionários que possuem comportamentos constrangedores ou que fazem piadas e comentários inapropriados em relação a outros colegas. Chefes excessivamente rigorosos também podem prejudicar a saúde de seus trabalhadores.

Extremos de atividade:

Profissionais que lidam com rotinas monótonas ou intensas demais podem ter necessidade de fazer grandes esforços para se concentrarem nas tarefas, o que os leva à exaustão.

Falta de motivação:

Pessoas que ficam isoladas no trabalho ou que possuem uma vida pessoal pouco ativa podem se sentir desestimuladas em suas funções. Isso é muito comum entre aqueles que fazem as tarefas por home office e que precisam conciliar com os afazeres domésticos.

Distanciamento da família:

Alguns tipos de trabalho exigem muito tempo e esforço de seus funcionários, fazendo com que eles se afastem ou não tenham energia para passar alguns momentos com os familiares e amigos.

Quais são os sintomas da Síndrome de Burnout?

Os sintomas mais comuns da Síndrome de Burnout levam a pessoa a sentir um grande desconforto para trabalhar ou até mesmo para pensar sobre seu emprego. São alguns exemplos:

  • Sentimento crítico ou de cinismo em relação ao trabalho.
  • Dificuldade para começar uma tarefa ou procrastinação durante o seu desempenho.
  • Irritação com membros da equipe de trabalho ou com clientes da empresa.
  • Falta de energia e produtividade.
  • Dificuldade de se concentrar ou falta de interesse.
  • Insatisfação com o próprio desempenho.
  • Baixa autoestima
  • Compulsão alimentar e/ou uso de álcool e drogas para aliviar as frustrações.
  • Alterações e distúrbios na rotina de sono.
  • Dores de cabeça, resfriados constantes, problemas estomacais, intestinais, entre outros.

Se apresentar um ou mais desses sinais, o trabalhador pode estar precisando da avaliação e orientação de um profissional da área da saúde. Esses sintomas também podem estar associados a um quadro de depressão e o diagnóstico diferencial deve ser realizado.

Burnout X Depressão X Ansiedade

Os sintomas causados pelo Burnout muitas vezes levam as pessoas a acreditarem que estão sofrendo de ansiedade ou depressão e, embora as características sejam parecidas, os outros dois fenômenos estão ligados a uma série de fatores que não se relacionam exclusivamente ao estresse no trabalho.

No entanto, é importante que a pessoa que esteja enfrentando essas dificuldades busque um diagnóstico e até mesmo acompanhamento psicológico. Se não for tratado, o Burnout pode evoluir para um quadro mais grave. É o que João Silvestre Silva-Júnior, professor de Medicina do Trabalho do Centro Universitário São Camilo, alertou em entrevista para o portal Você S/A:

O Burnout pode ser considerado um predecessor da depressão. Nem todas as pessoas em Burnout estão deprimidas, mas são potenciais pacientes psiquiátricos.

Na mesma reportagem feita pelo portal, o psiquiatra e médico colaborador pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, Luiz Scocca, declarou que, embora não seja um problema mais grave do que a depressão, o Burnout é motivo suficiente para tratamento e afastamento do profissional de suas funções.

Como buscar tratamento para a Síndrome de Burnout?

Para solucionar a situação, você pode recorrer às opções que estiverem ao seu alcance para tentar ter uma rotina mais tranquila. Abaixo, listamos seis pontos importantes para pessoas com sintomas de Síndrome de Burnout:

1. Busque apoio:

Contar com o auxílio dos seus colegas de trabalho para lidar com os problemas pode facilitar bastante. Peça a colaboração deles e, se for necessário, distribua melhor as tarefas ou busque apoio para que, juntos, vocês possam se ajudar.

2. Converse no seu trabalho:

Você pode explicar melhor a situação para um supervisor para traçar novas metas ou buscar outras soluções. Se a empresa tiver algum tipo de serviço de assistência ao funcionário, aproveite este recurso.

3. Faça atividades:

Existem exercícios e atividades relaxantes que podem ajudar a desestressar e a focar a atenção em outras questões fora do trabalho. Procure fazer uma caminhada, meditação ou pilates como forma de aproveitar o seu tempo de lazer.

4. Durma:

Criar uma rotina de sono adequada é algo importantíssimo para o organismo absorver tudo o que foi feito no dia, o que ajuda a amenizar a tensão cotidiana. Dormir bem é fundamental para ter uma vida mais tranquila.

5. Desligue-se do trabalho:

No seu tempo de descanso, desconecte-se do trabalho e evite ler e-mails ou mensagens profissionais. Aproveite este período para passar um tempo de qualidade com seus familiares e amigos.

6. Respeite seus limites:

Evite sobrecarregar-se com trabalho e não estabeleça compromissos com os quais você não é capaz de lidar. Uma boa solução é montar uma lista de metas para te ajudar a manter a organização.

Conclusão

O Burnout é uma síndrome causada pelo estresse crônico no trabalho e é uma condição que está relacionada exclusivamente ao ambiente profissional. Portanto, não pode ser aplicada a outras áreas da vida. Embora seja um fenômeno ocupacional, não é considerado como uma doença pela Organização Mundial da Saúde.

Os sintomas são de sensações negativas relacionadas ao trabalho, queda de produtividade, desinteresse e até baixa autoestima. O estresse pode afetar a saúde física, causando dores de cabeça, problemas gastrointestinais e resfriados constantes. Pessoas que sofrem desse mal-estar podem acabar recorrendo ao álcool, drogas e compulsão alimentar como formas de alívio da tensão acumulada.

A Síndrome de Burnout possui sintomas parecidos com os da ansiedade e da depressão, no entanto, as últimas duas são condições mais graves e estão ligadas a outros fatores além do trabalho. Embora seja menos grave, o distúrbio ocupacional pode evoluir para um quadro psiquiátrico mais grave se o paciente não tiver o tratamento adequado.

O diagnóstico de Síndrome de Burnout necessita da avaliação de um profissional especializado em saúde mental. O tratamento consiste em aliviar ou afastar o paciente de funções estressantes, buscar formas agradáveis de relaxamento e oferecer uma boa rotina de descanso e repouso para amenizar as tensões causadas pelo distúrbio.

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