- O Plant-based é um conceito que visa atender a demanda de públicos que buscam mudar seus hábitos alimentares e adotar uma dieta mais saudável.
- O segmento é focado não apenas em vegetarianos e veganos, mas em todos que se interessam por alimentos saudáveis, incluindo quem consome carne.
- O crescimento esperado para esse segmento tem motivado grandes empresas do ramo alimentício a investirem na criação de linhas de produtos plant-based.
- Além do aumento da oferta, há também um forte crescimento da demanda por produtos feitos à base de plantas, cujo aumento nas vendas é de 52% ao ano.
Quem olha os produtos dos supermercados com bastante atenção talvez já tenha notado que há um novo segmento de produtos bem diferente das opções convencionais: o plant-based.
Esta nova categoria de produtos elaborados com ingredientes in natura e sem origens de produto animal pode parecer estranha para alguns, mas possui um potencial econômico bem grande.
Se engana quem pensa que as novas opções são capazes de agradar apenas os públicos que não comem carne, como os vegetarianos e veganos.
O número de pessoas que estão atrás de um estilo de vida mais saudável e de uma dieta equilibrada é bem grande e mesmo aquelas que comem proteína animal podem se interessar pelo plant-based.
Mas, se você está chegando agora a este novo universo, fique calmo. Neste texto, iremos falar de forma mais detalhada sobre o conceito plant-based, as opções que ele agrega e o potencial econômico que possui.
O Que é Plant-Based
Plant-based é uma palavra em inglês que quer dizer que um produto foi elaborado a partir de plantas ou vegetais.
A dieta ocidental, que costuma ser rica em gordura, açúcar, sódio e proteína animal, começou a gerar demanda por comida in natura e minimamente processada, rica em nutrientes, anti-inflamatória e feita com ingredientes de origem vegetal.
Muitas pessoas que buscam opções saudáveis ainda apostam em opções convencionais como grãos, legumes e verduras.
Porém, essas opções muitas vezes não saciam o desejo e acabam não sendo suficientes para matar a saudade que o consumidor sente daquela comidinha calórica ou industrializada.
Na esteira dessa demanda, surge o plant-based que, além de possuir esse conceito na elaboração de cardápios, inspirou a criação de produtos que carregam esse conceito.
Hambúrgueres, salsichas, linguiças, almôndegas e até carnes moídas feita à base de vegetais não contém conservantes, nem colesterol e são ricas em proteínas. Dessa forma, conseguiram se tornar substitutas das opções tradicionais.
Os alimentos não se restringem apenas a peças de carnes vegetais. A categoria também inclui menus completos como almoços e lanches, entre outras opções bastante consolidadas.
Por muitos anos, uma dieta saudável esteve associada a comidas sem muito sabor ou com textura não muito agradável. Mas, ao elaborar opções apetitosas, as marcas que criam alimentos à base de plantas buscam mudar essa percepção do consumidor.
Com isso, as grandes empresas do ramo de alimentos e o mercado varejista de modo geral olham para este segmento com cada vez mais interesse a fim de explorar o seu grande potencial econômico.
3 Motivos Para Investir em Plant-Based
O plant-based é um conceito que já surge com uma grande demanda e tanto os clientes quanto os produtores já estão atentos a isso.
Nos próximos anos a oferta e a demanda desses produtos devem aumentar. Veja abaixo os números que mostram o crescimento deste mercado.
1- O plant-based cresce 52% ao ano
De acordo com a Sociedade Vegetariana Brasileira, 14% dos brasileiros são veganos ou vegetarianos. São números como esse que garantem a demanda de um segmento como o plant-based.
Mas, como já dissemos, o foco deste mercado não se restringe apenas a este público. Não é à toa que este mercado apresenta um crescimento anual de 52%, o que mostra que esses produtos cumprem com maestria o objetivo de atrair consumidores.
Embora esse tipo de produto ainda não seja muito presente nos lares brasileiros, aos poucos essa realidade pode começar a mudar.
Um estudo feito pelo Ibope e coordenado pelo The Good Food Institute (GFI) mostrou que a estimativa para o ano de 2025 é de que o segmento fature US $131,8 milhões no Brasil.
Este mesmo levantamento apurou que, no ano de 2020, metade dos brasileiros reduziu o consumo de carne e, além disso, 39% dos entrevistados substituíram proteína animal por alternativas vegetais pelo menos por três dias na semana.
E não para por aí: um levantamento feito pela Nielsen mostrou que o ticket médio com os produtos desta categoria é 43% mais alto.
Vale frisar que há muitas marcas que estão começando a investir neste conceito, o que significa dizer que as linhas de produto devem expandir o menu de opções nos próximos anos.
Este cenário indica que o plant-based têm um grande potencial de mercado e pode ser um diferencial competitivo interessante para as empresas do comércio varejista.
2- Gigantes do alimento investem em plant-based
Se você ainda não teve contato com nenhum produto plant-based, provavelmente encontrará opções à base de plantas muito em breve, isso porque algumas das principais empresas do ramo de alimentos já investem pesado no segmento.
Como exemplo, a gigante BRF expandiu recentemente seu portfólio e lançou até a linha Sadia Veg & Tal, com alguns produtos 100% vegetais.
Quem também aderiu ao conceito foi a JBS, desde 2020 a Seara conta com a linha “Incrível”, que é feita a base da proteína de ervilha e soja enriquecida com ferro e vitamina B12, e além de ser totalmente vegetal não tem gordura trans, lactose ou derivados de ovos e leite.
A Marfrig Global Foods conta com o seu Revolution Burguer que é vendido nas redes do Burger King e no Outback Steakhouse.
A Nestlé também está investindo na criação de produtos sem origem animal, atualmente já existem algumas opções bem conhecidas do portifólio da empresa com opções veganas, como o Kitkat e o Nescafé.
A Unilever também conta com a linha The Vegetarian Butcher, com peças de carne veganas feitas com proteína de soja não geneticamente modificadas e enriquecidos com B12.
O investimento por parte dessas empresas pode estimular ainda mais a competitividade no setor, fazendo com que cada vez mais produtos plant-based surjam no mercado futuramente.
3- Aposta do varejo
Com o aumento tanto por parte da oferta quanto da demanda, o varejo brasileiro já começa a se adaptar à nova realidade e algumas das principais redes já vendem uma grande variedade de produtos plant-based
Uma vez que o mercado está crescendo e grandes empresas estão criando linhas variadas de produtos, investir no segmento pode ser considerado um importante diferencial competitivo para empresas focadas em um público mais amplo.
Já para aquelas que trabalham com nichos, sobretudo o público vegano, vegetariano ou em dieta saudável, o plant-based é essencial e importante para que o menu de opções não se torne obsoleto.
A grande versatilidade de produtos e as diversas adaptações de tipos de carne são o principal atrativo para os consumidores, que não precisam ficar limitados a poucas opções.
Em países onde o segmento está mais bem consolidado, as empresas que investiram de forma antecipada se destacam hoje dos seus concorrentes neste quesito.
Isso ocorreu com a rede Whole Foods nos Estados Unidos, que está investindo principalmente em produtos plant-based feitos apenas com ingredientes in natura que sejam saudáveis e sem adição de químicos.
Na Holanda, a rede de supermercados Albert Heijn pretende ir além. Até 2030 a empresa quer que todos os seus produtos sejam feitos à base de plantas.
Se por um lado o mercado brasileiro é diferente do estrangeiro, por outro, vimos que as projeções são otimistas e se as empresas buscarem se consolidar no segmento agora, a chance de se destacar dos seus concorrentes será maior.
Conclusão
O plant-based é um segmento de produtos alimentícios que são elaborados com ingredientes in natura ou minimamente processados, sem insumos de origem animal e com a proposta de serem opções mais saudáveis.
São diferentes tipos de comida que rompem com a ideia de que a comida saudável e totalmente vegetal não pode ser agradável e, por isso que além de vegetarianos e veganos conquistam até mesmo clientes que consomem carne.
Esta é uma categoria de produtos que tem uma boa expectativa de crescimento devido a demanda de produtos saudáveis, sem proteína animal e saborosos.
O mercado para este segmento já possui um bom faturamento e tem uma projeção de aumento nas vendas prevista para até 2025, o que garante um bom respaldo para quem quer investir nesta categoria.
Com o investimento de gigantes do ramo de alimentos e o aumento de pessoas consumindo produtos saudáveis, apostar em plant-based é um diferencial competitivo para as empresas do comércio varejista.
