- No mês de setembro, há uma grande conscientização sobre a prevenção do suicídio e o transtorno de ansiedade pode ser um dos problemas associados.
- A ansiedade é uma reação natural do corpo humano, que pode ser despertada por timidez, situações de estresse ou por meio de eventos traumáticos.
- Os sintomas vão desde agitação e batimentos acelerados até queda na imunidade e as pessoas podem sentir mais de uma coisa ao mesmo tempo.
- O tratamento depende, sobretudo, da orientação de um profissional da saúde mental, mas há boas práticas que podem ajudar a gerar sensação de alívio.
O setembro amarelo é um mês voltado para a prevenção de suicídio. A conscientização durante este período pode fazer a diferença para o restante do ano, por isso, precisamos falar sobre assuntos relacionados – como o transtorno de ansiedade.
A ansiedade em si não é algo anormal. Os psicólogos dizem que é uma reação natural do corpo humano causada pelo estresse do sistema nervoso, ou seja, não depende dos pensamentos para que ela ocorra.
Ela ocorre motivada pelo aumento dos hormônios da adrenalina e do cortisol.
A primeira é responsável pela aceleração dos batimentos cardíacos, redução da motilidade intestinal, dilatação dos brônquios e pupilas e o aumento da glicose no sangue, o que dá mais energia para as células.
Já o outro tem a função de reduzir as inflamações e contribuir no funcionamento da imunidade. Mas, em excesso, pode causar diabetes, hipertensão arterial e depressão.
A ansiedade pode ser normal diante de situações em que a pessoa sente que perdeu o controle da situação ou cria uma expectativa muito grande em torno de algo.
Todos estamos sujeitos a ter esses sentimentos. No entanto, a ansiedade pode se tornar um problema quando começa a persistir a ponto de a pessoa não conseguir mais lidar com suas questões pessoais. É aí que começa o transtorno.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é o país que possui o maior índice de pessoas com transtorno de ansiedade em todo o mundo, atingindo cerca de 9,3% da população.
Recentemente, a pandemia do coronavírus e o isolamento social agravaram bastante a situação e o número de casos aumentou 5000%.
Como podemos ver, esse é um assunto muito sério e que precisa ser bastante discutido para que as pessoas saibam se é preciso pedir ajuda e o que deve ser feito quando vemos alguém nesta situação.
A seguir, vamos nos aprofundar um pouco mais neste assunto e falar sobre alguns pontos que podem servir como orientação para quem está precisando de apoio.
Fatores de Risco para o Transtorno de Ansiedade
As pessoas podem sofrer de ansiedade devido a características próprias ou estimuladas por fatores do ambiente. Entre os fatores de risco do ambiente, nós podemos citar:
1- Exposição
Uma pessoa pode se sentir ansiosa por precisar se apresentar em público ou enfrentar outras situações em que ela precisa se expor.
2- Situações de estresse
Ambientes que causam sensação de estresse ou expõem o indivíduo a sentimentos negativos também podem ser prejudiciais para as pessoas que estão predispostas a ter transtornos de ansiedade.
3- Situações traumáticas ou recorrentes
Lidar com situações recorrentes que remetem a traumas ou a memórias negativas também pode desencadear crises, mesmo que a pessoa não se exponha ao estresse de fato.
4- Outros agravantes
Alguns problemas de saúde podem gerar gatilhos para a ansiedade como, por exemplo, arritmia cardíaca ou problemas de tireoide.
Existem também algumas substâncias presentes em medicamentos, drogas ilícitas e até mesmo em alimentos, como a cafeína, que em excesso podem contribuir para efeitos negativos.
Sintomas do Transtorno de Ansiedade
As pessoas que apresentam transtorno de ansiedade podem sentir um ou mais sintomas durante as crises, entre os quais podemos citar:
- Agitação
- Falta de ar
- Batimentos cardíacos acelerados
- Pensamentos obsessivos
- Dores musculares
- Alterações no sono
- Fadiga mental
- Redução na imunidade
- Baixa capacidade de concentração
Muitas vezes, a ansiedade pode ser agravada por quadros de depressão, pois o padrão de pensamentos negativos motiva muitas pessoas a apresentar ambos os quadros.
Quando os casos são muito graves, os pensamentos autodestrutivos começam a aparecer e o sofrimento que causam na pessoa fazem com que ela sinta vontade de se livrar disso.
É muito importante que as pessoas busquem um profissional da saúde mental o quanto antes para que recebam orientações sobre como tratar todos esses problemas.
Quando são negligenciados, infelizmente, muitas pessoas sentem que sua dor não terá uma solução e, por causa disso, algumas acabam tirando a própria vida.
Diferença Entre Depressão e Ansiedade
A depressão não é um sintoma comum como a ansiedade. Senti-la, ainda que em uma intensidade baixa, não traz benefícios e não é saudável.
Uma pessoa pode se sentir deprimida e ansiosa ao mesmo tempo, no entanto, estamos falando de duas coisas que são diferentes entre si.
Embora causem angústia, dificuldades de se concentrar e façam as pessoas se sentirem paralisadas, a natureza desses sentimentos é diferente.
A depressão ocorre pela falta de produção de um hormônio chamado serotonina, que é responsável pela comunicação dos neurônios. Nessa situação, a pessoa passa a perder o interesse pelas coisas.
A pessoa que passa por isso começa a não se sentir estimulada o suficiente para fazer suas tarefas diárias e, em casos mais extremos, pode perder a vontade de viver.
No entanto, aquele que sofre apenas de ansiedade não necessariamente sentirá esse tipo de desestímulo.
Como Lidar com a Ansiedade
Em geral, a ociosidade e a exposição a ambientes estressantes ou negativos influenciam de maneira muito ruim no transtorno de ansiedade. Veja o que é possível fazer para amenizar o problema:
1- Busque orientação de um profissional
Os profissionais de saúde mental são aqueles que se prepararam para lidar com situações como essas. Aprender a lidar com a ansiedade requer seu auxílio, pois entendem o que pode causar o quadro e tratá-lo.
Se a pessoa já teve a ajuda de algum psicólogo ou psiquiatra, mas não gostou, isso não deve ser motivo para desistir de procurar apoio.
Afinal, cada profissional tem um método e um perfil de trabalho diferente e é possível encontrar alguém que adote uma linha compatível com a necessidade do paciente.
Um bom apoio, muitas vezes, depende mais da identificação que o paciente cria com o terapeuta. Portanto, quem está precisando de ajuda não deve desistir de procurar por causa de tentativas que não deram certo.
2- Tenha um cronograma de tarefas
Ter uma rotina de atividades que são benéficas ou de pequenos desafios a serem vencidos todos os dias é muito importante para manter o foco.
Ao fazer coisas que são necessárias para um cotidiano saudável, a pessoa pode sentir uma sensação de prazer e recompensa.
Para aqueles que têm maior dificuldade em criar um cronograma, anotar as coisas que precisa praticar em uma agenda pode ajudar na execução dessas tarefas.
Embora muitas pessoas fiquem com o sono desregulado por causa do transtorno, é importante aproveitar as oportunidades disponíveis para dormir um pouco e os exercícios físicos podem auxiliar na criação e manutenção desta rotina.
3- Pratique atividades físicas
As atividades físicas complementam a saúde mental e ajudam a regular o sono que, por sua vez, ajuda a equilibrar a produção de hormônios para o bom funcionamento do corpo e da mente.
O ideal é optar por um esporte que seja satisfatório. Assim, a pessoa pode se sentir mais motivada para praticá-lo com regularidade e atingir bons resultados.
4- Tome sol
Um banho de sol por alguns minutos ajuda na produção de hormônios que ajudam na melhora do humor, como a serotonina. Não é preciso ficar por muito tempo, nem mesmo se bronzear.
5- Pratique atividades estimulantes
Pessoas que possuem ansiedade provocada por pensamentos ou eventos negativos podem encontrar atividades estimulantes, especialmente aquelas que demandam concentração para focar em algo que é benéfico.
Em alguns casos, essas atividades podem determinar novos propósitos de vida e ajudar a preencher uma rotina de grande vazio, o que pode ser ruim para qualquer pessoa, mas especialmente para aquelas que não estão se sentindo bem.
Uma pessoa pode se identificar com dança, artes plásticas, esportes, voluntariado. As possibilidades são inúmeras.
Conclusão
A ansiedade pode ser um fator de risco para o suicídio, principalmente quando a pessoa que passa por isso não busca nenhum tipo de tratamento ou apoio emocional e profissional.
Permanecer ocioso contribui para que os pensamentos mantenham um padrão negativo e que contribui para o surgimento de novas crises.
Manter-se ativo e buscar fazer atividades que sejam prazeirosas é importante para que a pessoa cultive bons sentimentos e mantenha seu foco distante das coisas que lhe fazem mal.
O transtorno pode ser estimulado ou agravado no caso de pessoas que têm algum problema cardíaco ou foram expostas a alguma substância hiperestimulante.
Os sintomas são variados, mas os principais são a agitação, batimentos cardíacos acelerados e dificuldade de manter um foco de atenção.
A ajuda de um profissional de saúde mental, como um psicólogo ou psiquiatra, é uma peça chave para tratar o problema, além de ser fundamental para definir estratégias que possam oferecer soluções.
No entanto, algumas medidas auxiliares, como a prática de exercícios físicos, podem ajudar em outros pontos importantes para o tratamento como, por exemplo, na regulação do sono.
Ao combinar o tratamento profissional com atividades relaxantes, a pessoa terá uma facilidade muito maior para lidar e controlar o problema.