- Espera-se que, no 2º semestre de 2022, as perspectivas do mercado varejista vive um momento de otimismo moderado com um lento crescimento nas vendas.
- Ao final deste período, a previsão é de que o aumento seja de 12% no faturamento em relação aos meses de janeiro até junho deste ano.
- O aumento se deve ao fim das medidas restritivas impostas pela pandemia e às sazonalidades de fim de ano como Natal, Black Friday e a Copa do Mundo.
- Os juros altos e a inflação podem desestimular a busca por bens duráveis, mas ainda é preciso atender uma grande demanda por outros produtos.
Otimismo é uma palavra que define bem as perspectivas do mercado varejista para o segundo semestre de 2022.
É natural que o comércio se aqueça durante a segunda metade de cada ano, afinal, algumas das principais datas comemorativas fazem parte desse período do calendário, impulsionando um aumento significativo nas vendas.
E, além de datas tradicionais como o dia dos pais, o dia das crianças, a Black Friday, Natal e Ano Novo, no final deste ano haverá a Copa do Mundo da FIFA no Catar, que também contribui para tal otimismo.
Outro fator relevante é o fim das medidas restritivas impostas em decorrência da pandemia, que motiva os comerciantes a alcançarem os patamares anteriores ao início da propagação da Covid-19.
Paralelo a isso, há também as tendências de mercado que se consolidaram durante o período do isolamento social, como o e-commerce, que pode continuar ganhando espaço.
Este é um pouco do panorama geral no qual começaremos a nos aprofundar a seguir para entender com detalhes o que está por trás deste momento que o comércio está prestes a atravessar e como se beneficiar dele.
Projeções de aumento do mercado varejista
No segundo semestre deste ano, o mercado varejista deve ter um aumento de 12% nas vendas em relação aos meses de janeiro a junho, de acordo com uma projeção feita pela Associação Brasileira do Varejo (ABV).
O otimismo de fato existe, mas é considerado moderado, já que os juros altos e a alta na inflação dificultam o parcelamento de compras e, como consequência, diminuem o poder de compra do consumidor.
O crescimento no decorrer dos meses deve ser lento e, embora o cenário atual seja de crise financeira, algumas medidas como o aumento do Auxílio Brasil devem aumentar a demanda por alguns produtos e serviços.
Entre janeiro e abril o crescimento somado foi de 2,3% e em maio o crescimento foi de 0,8%, percentual que se repetiu em junho.
Entre os setores que tiveram aumento, nós podemos citar:
- Móveis e eletrodomésticos (2,3%),
- Tecidos, vestuário e calçados (1,7%),
- Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (0,4%)
- Artigos de uso pessoal e doméstico (0,1%).
Por outro lado, entre as categorias que tiveram queda no volume de vendas, se destacam:
- Os combustíveis e lubrificantes (-0,1%),
- Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-1,1%),
- Livros, jornais, revistas e papelaria (-5,6%)
- Equipamentos e material para escritório informática e comunicação (-6,7)
- Veículos, motos, partes e peças (-0,2%)
- Materiais de construção (-2,0%)
É importante lembrar que essas tendências podem apresentar variações de acordo com cada data ou período do ano. Porém, em todo caso, é preciso ter muita atenção a elas, já que, no fim das contas, são as tendências que definem o rumo das vendas.
O e-commerce também vive um bom momento. Segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (Abcomm), o faturamento das vendas online para a segunda metade do ano deve ser de R$91,5 bilhões.
No total, o comércio digital deve embolsar em 2022 em torno de R$165 bilhões – um valor que, apesar da boa fase atual, está um pouco abaixo da estimativa feita no início do ano, que havia sido estipulada em R$169 bilhões.
Perspectivas do mercado varejistapara o Ano de Copa do Mundo
O clima de Copa é sempre capaz de motivar as pessoas a comprar itens como materiais esportivos e bens duráveis, como é o caso das televisões que as pessoas adquirem para assistir aos jogos de futebol.
No entanto, o cenário econômico atual desfavorece a compra de bens duráveis, já que os clientes passaram a ter mais dificuldade para pagar as compras.
Mas, por se tratar de algo que não ocorre anualmente, o evento pode servir de impulso para um desempenho melhor das vendas em relação aos anos anteriores e pode até contribuir com o alcance da meta que foi estipulada no início do ano.
Muitos consumidores devem aproveitar a Black Friday para adquirir novos produtos e serviços, já que o mundial irá ocorrer entre os dias 21 de novembro e 18 de dezembro.
Em todo caso, o engajamento dos torcedores deve ser maior ao longo das semanas do torneio. Portanto, é preciso estar disposto a investir em produtos que podem ser úteis para o consumidor.
Itens de artigos esportivos, decoração, alimentos e bebidas são alguns exemplos dos produtos mais visados por aqueles clientes que se planejam para acompanhar os jogos.
O otimismo dos consumidores deve ser ditado pelo desempenho da seleção brasileira na Copa do Mundo. Portanto, é necessário avaliar os interesses e o comportamento dos clientes conforme as disputas da competição mundial vão se desenhando.
À medida em que a equipe brasileira avançar na disputa, o engajamento deve se refletir nas vendas. Isso significa que poderão se manter altas de forma prolongada com uma eventual conquista do título ou cair se ocorrer a desclassificação do Brasil no torneio.
É o Momento Certo de Investir?
Muitos lojistas podem ponderar sobre o momento atual a ponto de pensar se esta é, de fato, uma boa oportunidade para abastecer o estoque da loja para se preparar para o período de aumento nas vendas.
De fato, ainda que o otimismo esteja moderado, o que garantirá o alcance das perspectivas do mercado varejista são justamente as oportunidades de venda que as sazonalidades do segundo semestre reservam para os lojistas.
De modo geral, acompanhar as demandas dos clientes e apostar em produtos tradicionais para cada ocasião pode ser algo determinante para alcançar bons resultados de venda.
Além disso, há muitos produtos que estão com demanda reprimida e que podem obter um ganho significativo na procura no segundo semestre em relação ao mesmo período do ano passado.
Alguns exemplos são roupas, calçados, artigos de beleza, cosméticos e perfumaria, que são pouco usados ou renovados quando se passa muito tempo em casa, como ocorreu durante a pandemia. Contudo, agora serão necessários para as pessoas que retornaram ao trabalho presencial e ao cotidiano ao ar livre.
O mesmo vale para as compras no varejo físico que, embora esteja bem integrado com os meios digitais, deverá, cada vez mais, voltar a ocupar um espaço importante na jornada de compra do cliente.
O contexto atual é bem complexo, mas reserva boas oportunidades capazes de recuperar mercado varejista. Para o empreendedor, os próximos meses irão demandar uma análise do comportamento do consumidor e uma adaptação às suas demandas.
De qualquer modo, o crescimento nesta época do ano é algo natural e deverá ocorrer independente de alcançar ou não a perspectivas do mercado varejista.
Conclusão
Como podemos ver, a perspectivas do mercado varejista vive um momento de otimismo, mas este é moderado, e o que pode garantir os bons resultados estipulados nas projeções os são momentos de maiores vendas, como as datas comemorativas que ocorrem no 2º semestre.
Em 2022, além do dia dos pais, dia das crianças, Black Friday, Natal e Ano Novo, ainda teremos a Copa do Mundo da FIFA, que pode aumentar a demanda por produtos relacionados ao futebol e à transmissão dos jogos durante um mês.
Com o fim das medidas restritivas que foram impostas pela pandemia, em 2022 o mercado começou a se recuperar lentamente.
De fato, há alguns fatores negativos como os juros altos, a inflação e a queda no poder de compra do consumidor. Seu impacto pode influenciar de forma negativa principalmente a procura por bens duráveis ou cujo pagamento as pessoas costumam parcelar.
Mas, por outro lado, há uma demanda reprimida por uma série de produtos que não tinham uma saída muito alta durante o isolamento social por serem itens que as pessoas utilizam para sair de casa e que, a partir de agora, devem ocupar os carrinhos dos clientes.
Além disso, o aumento da demanda é uma previsão natural para o fim do ano, pois há muitas ocasiões promocionais em que os consumidores buscam presentear entes queridos ou mesmo adquirir mercadorias que lhes despertam o interesse.
Para o comerciante, o principal a ser feito é observar os produtos que tiveram um aumento na procura ao longo do ano e investir neles, como: roupas e calçados, artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria e artigos de uso pessoal e doméstico.
Porém, sempre é preciso tomar precauções, pois essas demandas podem naturalmente apresentar alguma oscilação. Mas, a princípio, a tendência é que a procura não sofra tantas mudanças em um curto prazo.
Aos poucos, mercao varejista deve retomar à sua normalidade. Por isso, as empresas não devem deixar de investir em campanhas para o fim deste ano.